Para iniciar a nossa conversa neste blog, nada mais natural do que começar a falar sobre mim! Quem sou eu e como fui parar na área de meio ambiente?
Sou de uma família simples, meu saudoso pai José era pedreiro e minha mãe Neide é professora primária aposentada. Tenho três irmãos, todos formados na Universidade Federal de Viçosa (UFV), assim como eu. Eles também trabalham em universidades federais e são de áreas bem diferentes da minha (dois químicos e um matemático).
Trabalhei um tempo com meu pai (certamente um dos momentos mais importantes na minha vida) e em uma loja de material de construção na cidade de Ubá (MG), antes de entrar na UFV para cursar Administração. Em Viçosa (MG), dividia meu tempo entre o trabalho durante o dia em um comércio e as aulas à noite na graduação. Foram cinco anos neste ritmo e eu sempre digo que tudo que aprendia na teoria à noite, eu enxergava na prática durante o dia. O trabalho na empresa era o meu “laboratório”. Aprendi coisas boas e também ruins no dia a dia da empresa. Vi que aprender a “ciência dos negócios” era fascinante, mas alguns aspectos, principalmente aqueles relacionados ao tratamento (e valorização) dos funcionários, nem sempre são os mais adequados.
Mas então? Como fui parar na área de meio ambiente? Sabe quando a gente está no ultimo ano da graduação e vem aquela terrível dúvida: será que era o curso que eu queria mesmo fazer? Pois então, como ocorre com tanta gente, isso aconteceu comigo! Já tinha mais de quatro anos de empresa, e de curso, e eu me questionava sobre a Administração. Tinha visto muita coisa legal, mas também havia aspectos que desanimavam. Parecia que existiam mais aspectos sombrios que alegres na Administração!
Lia textos em revistas sobre administradores, dirigentes e gerentes que pareciam que se importavam somente com vendas… lucros… vendas… lucros… eu olhava para o céu e até parecia que via escrito essas palavras nas nuvens!! rsrsrs Eu me perguntava: será que somente existe um “lado negro” na Administração? É um curso que somente visa ao dinheiro e exploração da mão de obra? Se era somente isso, certamente era algo assustador!
Sinceramente eu não esperava encontrar uma resposta. Imaginava que iria me formar naquele último ano e, talvez, continuasse na empresa que eu estava. Depois faria uma especialização e, quem sabe, com um pouco de sorte, poderia estar na empresa até hoje, mas agora num cargo de gerência.
Um dia, porém, abrindo o catálogo de graduação da UFV, em meu penúltimo semestre de curso, encontrei uma disciplina com o nome de “Gestão Ambiental” no curso de Engenharia Florestal. Era ministrada por um professor norte-americano, o professor James Griffith, atualmente aposentado da universidade. Li a ementa e logo decidi me matricular nela. Fiz a disciplina com afinco e o professor elogiou meu desempenho, pois mesmo não sendo engenheiro florestal, acabei ficando com a melhor média final da turma.
Fazer aquela disciplina, tão bem ministrada pelo professor Griffith, me fez enxergar o “outro lado” da Administração e que era possível conciliar negócios e meio ambiente. Vi que a Administração não possui apenas um “lado negro”, mas que havia também aspectos sociais, ambientais e humanos para se considerar!!
Assim, logo tratei de ver as possibilidades de tentar um mestrado na Engenharia Florestal. Minha ideia inicial seria tentar a orientação do professor Griffith, mas posteriormente verifiquei que minha habilidade como administrador poderia ser melhor empregada em outra linha de pesquisa e, por isso, meu pedido foi com o professor Laércio Jacovine.
Foi uma época complicada em minha vida. Meu pai havia falecido em Janeiro/2003, minha formatura foi dois meses depois, em Março/2003, e recebi o resultado do processo seletivo: não fui aprovado no mestrado. Foi uma ducha de água fria, confesso! Resolvi, então, fazer duas disciplinas de pós-graduação como estudante especial: “gestão ambiental” novamente com o professor Griffith e “economia dos recursos naturais” com o professor Jacovine. Continuei trabalhando na mesma empresa, mas obtive concessão dos meus chefes para ter horários especiais, a fim de que eu pudesse assistir às aulas. Dediquei-me com bastante interesse nas excelentes aulas ministradas pelos professores e, ao final daquele semestre, fiz novamente a seleção para o mestrado obtendo, desta vez, a aprovação!!
No próximo texto, irei comentar como a “certificação florestal” virou objeto de meus estudos e como posteriormente surgiu o interesse em revisitar a teoria da Administração em busca da interface dela com as questões ambientais.
Até a próxima!