Educação Ambiental e Consumo Consciente (Parte 5/5)

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CONSUMO CONSCIENTE (Parte 5/5)

(continuação)

De acordo com Verplanken e Holland (2002), mesmo em países relativamente mais ricos, os valores são “condição necessária, mas não suficiente” para ativar o comportamento de sustentabilidade. Esse comportamento também é influenciado pela consciência do problema e pelas condutas individuais (NORDLUND; GARVILL, 2003) e exigem mudanças políticas e culturais (HUPPES; ISHIKAWA, 2009). Para Hofstede (1984), os valores culturais mudam ao longo do tempo e mudam para o individualismo à medida que a riqueza aumenta. Outros fatores que contribuem são mudanças no ambiente socioeconômico, instituições e experiências vivenciadas de diferentes gerações, incluindo experiências educacionais.

Sobre esse aspecto, pode-se dizer que sociedades com sistemas capitalistas e competitivos, como a de países ocidentais como os Estados Unidos, Europa e países da América do Sul como o Brasil, em geral promovem o “eu pessoal” e o sucesso individual; por outro lado, sociedades com uma orientação social coletiva como a de países asiáticos, africanos e em algumas localidades da América do Sul promovem a ideia de “pertencimento a um grupo” (SEELEY, 1992; TRIANDIS; SUH, 2002).

Essas diferenças culturais irão “moldar” os sistemas educacionais desses países, e, por conseguinte, a educação ambiental praticada neles, fazendo com que as pessoas tenham diferentes comportamentos, tanto entre os grupos (“eu pessoal” e “pertencimento a um grupo”), como dentro dos próprios grupos.

Sachs (2000) destacou que dentre os pressupostos do desenvolvimento sustentável, fundamentais para a materialização de sua implementação ideal, o pressuposto cultural tem uma relevância ímpar, pois atua como mediadora entre a sociedade e a natureza. Além disso, o pressuposto cultural também está relacionado com outra importante variável, que é o estilo de vida, o qual reflete um padrão de consumo.

Analisando o que foi apresentado sob o prisma do mundo empresarial, Backer (2002) destacou que a formação de profissionais visando a solução de problemas criados pela atividade econômica ao meio ambiente era quase inexistente nas faculdades, há um tempo atrás. No entanto, isso tem mudado e levado a uma ação pedagógica que tem por objetivo modificar os comportamentos e decisões em relação ao ecossistema.

Como em diversas outras situações, muitos desses processos iniciam primeiramente em países mais desenvolvidos para, posteriormente, serem difundidos em países em desenvolvimento, em um segundo momento; finalmente, tornam-se padrão no restante do mundo.

(Fim)

Trecho do livro “Consumo Consciente: Por que isso nos diz respeito?”

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