EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CONSUMO CONSCIENTE (Parte 3/5)
(continuação)
Dois fatores talvez possam explicar este aparentemente distanciamento das questões ambientais das bases da sociedade, chamada por Prahalad (2010) de “base da pirâmide”. O primeiro fator está relacionado com o poder aquisitivo e basicamente com a realidade de muitos países. Como pensar em sustentabilidade se as necessidades básicas como alimentação, moradia e segurança ainda não estão plenamente satisfeitas? Esse raciocínio vai ao encontro da “hierarquia das necessidades” de Maslow (1970), que propunha uma divisão hierárquica, em que as necessidades de nível mais baixo deveriam ser satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto.
O modelo proposto por Maslow recebeu algumas críticas e foram apontadas algumas limitações. Hofstede (1984) e Wachter(2003), por exemplo, argumentaram que a teoria de Maslow foi derivada principalmente do pensamento ocidental caracterizado por culturas individualistas, não devendo ser aplicada a culturas coletivistas. Todavia, apesar das críticas e limitações, o modelo da “ hierarquia das necessidades” de Maslow ajuda na compreensão do comportamento das pessoas, sobretudo as da “base da pirâmide”.
Para Almeida (2007), a perenidade dos empreendimentos passa necessariamente pelo acompanhamento e reversão do quadro de pobreza que assola uma parcela considerável da população mundial.
O segundo fator, em estreita relação com o primeiro, são as credenciais educacionais. A base da pirâmide tradicionalmente sempre teve menos acesso à educação de qualidade e isso foi reforçado pelo pouco investimento em educação gratuita e de qualidade por países mais pobres, tanto a educação básica como a secundária, que têm papel fundamental na formação dos cidadãos.
(continua)
—
Trecho do livro “Consumo Consciente: Por que isso nos diz respeito?”
Sumário: https://administracaoverde.com.br/livros/consumo-consciente/
Onde comprar? https://www.editoraufv.com.br/produto/2103686/consumo-consciente
Acesse: www.administracaoverde.com.br