(continuação)

Mas as ações não se restringem ao governo. Muitos fabricantes alemães de aparelhos domésticos têm trabalhado nos últimos tempos em inovações que repercutem em ganhos ambientais. Um exemplo, segundo  Deutschland (2017), é a T 8881 S EcoComfort, que é uma secadora à energia solar e ligada ao sistema doméstico de calefação que, por sua vez, é conectado à instalação termossolar sobre o telhado. Essa secadora reduz os custos de energia em até 60 %, com relação a uma secadora com bomba de calor, que por si já é de grande eficiência energética. Outro exemplo de baixo consumo de energia é a lava-louça da série Pro Clean” da AEG. Um de seus diferenciais é a função “AutoOff” que faz com que dez minutos após terminada a lavação, haja o desligamento automático da lava-louça com a porta se abrindo e deixando escapar o vapor quente, poupando energia. Além disto, o aparelho gasta pouca água, haja vista que um sensor reconhece o grau de sujeira da louça, que é lavada com a quantidade mínima necessária de água.

A expansão da Energiewende para fora da Alemanha representa um importante passo para a melhoria da sustentabilidade ambiental no planeta, por algumas razões. A primeira delas é que o abastecimento energético não sustentável tem desvantagens consideráveis devido às toneladas de gases de efeito estufa provenientes da produção energética convencional, à base de combustíveis fósseis. Em segundo lugar a Energiewende auxilia no alcance dos objetivos de desenvolvimento sustentável que a comunidade internacional adotou no âmbito das Nações Unidas com a Agenda 2030. Por fim, a Energiewende melhora a competitividade de uma economia. Um exemplo é o vertiginoso progresso tecnológico que tornou as energias solar e eólica mais acessíveis. Além disso, a indústria pode poupar dinheiro com soluções de maior eficiência energética.

Assim, uma possível Energiewende global teria um forte impacto tanto na economia como no meio ambiente e é um exemplo a ser seguido.

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Trecho do livro “Consumo Consciente: Por que isso nos diz respeito?”

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Que o planejamento energético visando a transição para as energias renováveis deve fazer parte do rol das principais estratégias de um país, não restam dúvidas. Nenhum país talvez leve tanto a sério essa questão como a Alemanha.

Desde 2000, a Alemanha tem o planejamento de remodelar por completo o seu setor energético, com propostas para desativação de suas usinas nucleares até 2022, redução da emissão de gases de efeito estufa em 95% e aumento radical da proporção de energias renováveis em sua matriz energética para 80%, ambos compromissos com meta a serem realizados até 2050. Nas últimas décadas, o setor energético alemão investiu muito em pesquisa e desenvolvimento no que diz respeito às energias renováveis, sendo que muitas de suas empresas são líderes mundiais nessa área, criando mais de 370 mil postos de trabalho na Alemanha. O planejamento vem a partir da ideia do termo “Energiewende”, que significa a transição para um abastecimento energético sustentável com base em fontes renováveis de energia, sendo capitaneado tanto pelo governo alemão como por suas empresas (STEINMEIER, 2017).

Ter crescimento com menos energia é a meta da Agência Alemã de Energia (DENA), criada em 2000 e que se constituiu no país como um centro de competência para a eficiência energética, a política de energias renováveis e os sistemas energéticos inteligentes. Seu papel é realizar projetos na Alemanha e no exterior, atuando como um elo entre a política e a economia, por meio do lançamento de projetos modelos, premiação de iniciativas pioneiras, educação do consumidor, construção de redes sustentáveis, avaliação e estímulo a novas tecnologias e análise de mercados estrangeiros.

(continua)

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Trecho do livro “Consumo Consciente: Por que isso nos diz respeito?”

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